Tendências e Desafios da Arquitetura: por onde começar?
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Tendências e Desafios da Arquitetura: por onde começar?

De olho nas Tendências e Desafios da Arquitetura, o IPOG realizou um Webinar para tratar do tema e discutir sobre novos caminhos. Durante o bate-papo, o coordenador da Pós-graduação do IPOG Master em Iluminação & Práticas Projetuais em Arquitetura e da Pós-Graduação em Design de Interiores – Ambientação e Produção do Espaço, Lorí Crízel, conversou com a ex-aluna da instituição, e agora especialista, Jannani Eterna.

Lorí destacou que o desafio vem de um cenário maior que o da Arquitetura. Para a área da construção civil, assim como para outras áreas do país, começaram a surgir várias dificuldades a partir de 2014.

“Nós vinhamos em uma bolha crescente de desenvolvimento tanto na Arquitetura como no Design e isso vinha se desenvolvendo e gerando muita mão-de-obra, muitos projetos de grande porte acontecendo e muitas outras áreas se segmentando e se acoplando à arquitetura e ao design”, explica o coordenador de cursos no IPOG.

No entanto, ele destaca que os principais desafios surgiram na virada de 2014 para 2015 quando a crise nacional realmente passou a se refletir sobre o país.

“Sempre se diz que um dos principais desafios para a Arquitetura e para o Design é você trabalhar dentro de alguns aspectos que limitam o profissional de alguma forma”, explica. E foi justamente isso que aconteceu com os profissionais dessas áreas de atuação, segundo o coordenador, durante o momento de crise.

Mas para quem pensa que isso foi de todo ruim, é bom repensar! Os desafios que surgiram fizeram com que arquitetos e designers precisassem se reinventar para se manter no mercado. E a consequência desse movimento, foi o surgimento de Tendências marcantes e importantes para o desenvolvimento do negócio.

Tendências e Desafios da Arquitetura

Lorí Crizel falou bastante durante o webinar sobre uma limitação que sempre existiu: orçamento. Diante da crise, além dos orçamentos cada vez mais baixos, a arquitetura ainda teve que migrar para outros setores.

“A arquitetura começa então a se redescobrir, a se realinhar de algumas formas. O Design vem nessa sequência e aí começam os fatores de onde você se encaixa, onde você consegue fazer uma diferenciação mercadológica interessante, além do fator que já existia e agora se agrava: a questão do orçamento baixo”.

Logo, a dificuldade de conseguir aprovar orçamentos para continuar tocando grandes projetos, que até então, eram o principal foco do setor, fez com que os profissionais começassem a focar em nichos. Iniciou-se uma busca por áreas de atuação em que, como especialista, o profissional poderia se dedicar em projetos menores, porém mais personalizados, por exemplos.

Experimentando tendências da Arquitetura na prática

– Projetos financeiramente mais acessíveis

Recentemente, a Arquiteta Jannani Eterna participou da Mostra Morar Mais por Menos, em Goiânia. Ela e uma outra colega de atuação, também especialista pelo IPOG, foram responsáveis pelo ambiente Lounge Café no evento.

O objetivo da mostra é justamente auxiliar quem vai decorar a primeira casa e busca ter um lar aconchegante e sofisticado, mas sem gastar quantias exorbitantes. A proposta do evento era exatamente mostrar que é possível encontrar profissionais qualificados, soluções criativas e ideias inovadoras que podem ajudar a criar uma decoração de interiores ao mesmo tempo chique e acessível.

E essa é uma tendência de mercado na arquitetura e no design!

Segundo Jannani, ela iniciou a graduação focada em trabalhar com obras. Na metade do caminho, descobriu a paixão pelo Design de Interiores durante um estágio. No entanto, ao se formar, sentiu a necessidade de estudar as demandas do público de classe média, o qual se interessava pelos serviços que ela oferecia como Designer, mas que não poderia investir tanto como em outros projetos mais luxuosos, nos quais Jannani já havia atuado.

“É um nicho que tem crescido, está cada vez maior. A gente pode focar nele, que tem cliente pra todo mundo. Tem dado super certo!”

– Express

Lorí explica que muitos escritórios começaram a crescer na questão do Express. O foco que até então estava muito ligado em grandes projetos, começou a se reinventar diante da demanda por um trabalho menor, mais personalizado. Reformas, reutilização de projetos para redecorar um espaço, etc.

“Acho que o grande desafio para a área da Arquitetura de 2015 pra cá tem sido o reinventar-se”.

– Nichos

Segundo o coordenador de cursos do IPOG, uma outra tendência que se fortifica são os nichos de mercado. “Quando você se posiciona, se coloca de maneira específica trabalhando em um nicho, você tem uma dinâmica muito maior de atuação”, esclarece.

Para exemplificar, Lorí faz um paralelo com a medicina: “para problemas de saúde específicos, os pacientes procuram especialistas”. Ele ainda explica que esse olhar de nichos até alguns anos atrás não era muito comum entre profissionais que atuam em Arquitetura, Design e Iluminação, justamente porque eles tentavam estar vinculados a mercados múltiplos.

No entanto, a crise começou a fazer com que o mercado (cliente) percebesse que, já que ele iria investir, o ideal seria fazer um investimento em um especialista naquilo que procurava. Ou seja, a partir do momento em que a crise se acirra, os nichos começaram a ficar validados.

Exemplos de nichos

Arquitetura comercial, por exemplo, sempre foi muito nichada. Um profissional atua no interior, outro na arquitetura comercial em si, alguém é responsável pelo vitrinismo, um outro pela iluminação… E o mercado vai justamente atrás de profissionais nichados.

Para Lorí, trata-se de uma tendência porque ganhou mais atenção por parte dos profissionais agora e tem tido mais adeptos a cada dia. No entanto, ele alerta que é algo que já deveria estar acontecendo, até porque se trata de um movimento comum nos Estados Unidos e em países da Europa, por exemplo. Atualmente, até alguns grandes escritórios ja se segmentam internamente por setores.

“É algo que já deveria estar acontecendo há mais tempo, mas como havia uma alta no mercado, acabava se abraçando mais coisas”

Maior tendência da Arquitetura

Lorí Crízel explica que a maior tendência da arquitetura é a Inovação. Inovar é extremamente importante seja para quem está entrando no mercado, passando por uma transição na carreira ou precisando se atualizar.

Mas como inovar?

Para ele, não se trata de reinventar a roda, mas de ter novas perspectivas dentro da sua área de atuação.

“Se fizermos algumas comparações, dá para perceber que a diferenciação não está no “o quê”, mas no “como”. Quando você muda essa perspectiva, você começa a perceber que é possível atingir uma clientela que busca algo novo, algo que a desprenda da sua característica inicial”.

Como exemplos, ele cita os aplicativos de locomoção e pontua que quem está desestruturando a antiga forma de se locomover não é o aplicativo, mas o mercado antigo que é enrijecido.

“É um novo modo de operação que o mercado aceita, vindo de uma crise e que resolveu a vida de todo mundo. Tanto de quem precisa se locomover de uma forma mais acessível, como de quem deseja trabalhar e ter uma renda extra. Ou seja, não é o ato de se locomover, mas como você vai ofertar esse serviço.”

E a arquitetura foi nesse mesmo caminho. Não se trata de reinventar a arquitetura, o design, a iluminação, mas de como você vai ofertar isso para o seu cliente.

Se você deseja saber mais sobre as Tendências e Desafios da Arquitetura, assista o Webinar completo clicando aqui.

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Sobre Lorí Crízel

Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Católica/RS; Mestre em Conforto Ambiental pela UFRJ; Membro do Comitê Especial Europeu de Pós-Graduação tendo atuado em: Inglaterra, Escócia, País de Gales e França; HA e Concept Designer – País de Gales, Inglaterra e França; Professor, Coordenador de Cursos e do Programa de Viagens de Estudos Internacionais do IPOG; Sócio-Proprietário do Escritório Crízel & Uren Arquitetos Associados detentor do Selo CREA/PR de Excelência em Projeto Arquitetônico; Atividades de imersão nos escritórios de Norman Foster (Londres), Zaha Hadid (Londres), Christian de Portzamparc (Paris), BIG (Copenhague), Hassell Studio (Cingapura), AEDAS Architecture (Cingapura), Architects 61 (Cingapura), Design Link Architects (Cingapura), Tandem Architects (Bangkok), DBALP Jam Factory (Bangkok) e X Architects (Dubai); Atividades Institucionais junto ao POLI.Design do Instituto Politécnico de Milão (Itália), McGill University (Canadá) e Universidade do Porto (Portugal).