Como o varejo pode recuperar o fôlego nos últimos três meses do ano?
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Como o varejo pode recuperar o fôlego nos últimos três meses do ano?

Em todos os setores da Economia Brasileira, 2017 tem sido um teste de sobrevivência diante da crise que se instaurou, motivada principalmente pelo período conturbado vivenciado pela política brasileira. No entanto, para quem acompanha os principais indicadores, ficou nítido que desde Junho temos visto uma retomada da confiança de alguns setores, com destaque para os setores da construção civil e da indústria, que sinalizam para uma melhoria no cenário de maneira global. A sensação que permanece é a de que já atingimos o fundo do poço. A partir de agora, só nos resta iniciarmos a escalada rumo ao crescimento, levando conosco as lições aprendidas com a resiliência. Contudo, principalmente para o varejo, a melhor época do ano para as vendas se aproxima.

Na última pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) foi constatado que o comércio espera incrementar suas vendas em 4,3% neste Natal, assim como os shoppings centers que projetam um crescimento de até 5%, em comparação ao ano passado. Sobre as contratações temporárias, a expectativa é de aumentar o volume em 9,6%.

Todas as projeções positivas refletem o seguinte cenário macroeconômico:

Aprovação da reforma trabalhista que já começa a vigorar a partir de Novembro. Novo arcabouço legal facilitou as contratações temporárias e de horistas, onde o varejo se beneficia ao reforçar sua equipe com foco nos horários de pico;

Nível de confiança da indústria e da construção civil tem aumentado, o que reflete positivamente sobre todos os demais setores.Essas duas áreas movimentam um grande volume de mão de obra, que ajudam a injetar dinheiro na economia, fazendo crescer a demanda espontânea;

Indicadores de demanda do comércio e de serviços têm apresentado melhorias desde o início do semestre. Datas comemorativas como Dia das Mães e dos Namorados obtiveram índices superiores de vendas dos anos anteriores. O quadro preocupante de demissões tem se estabilizado e as contratações já começam a superar o número de desligamentos;

Após a liberação do FGTS inativo, Governo Federal sinalizou que vai liberar o resgate da parcela do PIS/PASEP até o final do ano. Somada ao décimo terceiro, isso vai representar alguns bilhões de reais circulando pela economia brasileira.

Oportunidade para o varejo: Como deixar para trás os efeitos da crise?

A primeira coisa que o empresário deve fazer para encarar as mudanças que estão sendo consolidadas é entender que não há tempo para se lamentar. Quem sobreviveu até aqui, vai poder experimentar um novo momento, de retomada do crescimento. Afinal, toda crise tem um começo, um meio e um fim… um processo cíclico.

Veja a seguir uma série de dicas para se colocar em prática a partir de agora, para aproveitar os três últimos meses do ano para recuperar o fôlego perdido no auge da crise.

Dedicar maior tempo ao negócio (presencialmente)
Todo momento de retomada de crescimento exige um olhar mais aproximado para o próprio negócio, o que significa que não basta delegar atividades e se ausentar da empresa. É preciso sentir e conferir ritmo ao andamento do negócio. Identificar de perto aquilo que o cliente mais demanda para tomar decisões mais assertivas. Lembre-se: o bom atendimento e a superação das expectativas serão fundamentais para a fidelização do cliente.

Efetuar contratações temporárias estratégicas
Está na hora de iniciar a seleção para a ingresso de funcionários temporários, que, a partir de novembro, já se enquadram na nova lei trabalhista. Buscar junto às entidades do setor varejista, como Sindilojas, um cadastro de pessoas que passaram por capacitações com foco no bom atendimento e boas práticas. Como o início dos trabalhos temporários costuma ser em novembro, quem iniciar o processo seletivo primeiro terá mais chances de encontrar candidatos melhores preparados.

Fazer uma boa composição de estoque
Se você já iniciou uma dedicação exclusiva ao seu empreendimento, então passou a ver de perto quais as principais demandas de seus clientes. A partir dai, você tem em mãos dados para compor o seu estoque. Lembrando que é preciso mesclar produtos que ofereçam maior valor agregado a outros que permitem que se aplique faixas mais atrativas de descontos.

Trabalhar promoções
O final de ano é perfeito para se fazer o direcionamento de produtos que estão literalmente encalhados no estoque. Que tal fazer isso de uma forma que ofereça um estímulo ao seu cliente como, por exemplo, atrelar como brinde na compra de três peças um item que está parado no estoque? Pense bem como isso pode ajudar a impulsionar a venda de mais itens, e ainda lhe permitir movimentar o seu estoque que corre o risco de ficar defasado.

Posicionamento ético na Black Friday
Em novembro contamos com a Back Friday como uma importante data para movimentar o setor varejista, antes da chegada do movimento proporcionado pelas festas de final de ano. Portanto, lembre-se que o consumidor mantém uma série de ferramentas que lhe permitem identificar fraldes nas promoções anunciadas. Para isso, entre com a mente aberta para ser leal e ético ao propor descontos reais. Seu posicionamento fará toda a diferença ao cliente na hora de retornar à loja para efetuar compras futuras.

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Sobre Wanderley Villarinho

Graduado em Administração de Empresas com MBA em Administração Pública, Gestão de Pessoas, Psicopedagogia e Política e Estratégia. Especialização em Consultoria Organizacional pelo IBCO, Gerenciamento de Stress e Incidentes Críticos pela ONU, Mentor Talks pela Creative Initiative e Personal & Professional Coaching pela AIC. Atualmente, é Diretor da WV Consultoria, com foco em Governança Corporativa e Compliance; Planejamento Estratégico; Gestão de Riscos; Liderança, Relações Interpessoais; Tomada de Decisão e Negociação. Atua como professor de Pós-Graduação no IPOG.