Software para projeto de iluminação: saiba escolher o melhor para seu planejamento

Já pensou em quantos softwares um arquiteto pode usar na sua rotina?

O campo de arquitetura sempre foi um dos que mais se beneficiou do surgimento de tecnologia, a qual auxilia no planejamento e na elaboração de projetos arquitetônicos, seja para residências, comércios ou ambientes corporativos.

Na área de Lighting Design não é diferente! Escolher um software para projeto de iluminação é uma atividade que se torna complexa pela variedade de programas disponíveis.

Por isso, neste artigo falamos de algumas opções mais utilizadas para que você possa escolher a ferramenta mais compatível com a sua necessidade. Vamos lá?

Afinal, para que servem os aplicativos para projetos de iluminação?

Os softwares são, para o arquiteto e/ou designer de iluminação, ferramentas indispensáveis para o desenvolvimento do projeto luminotécnico para ambientes externos e internos.

A implementação de iluminação para esses dois eixos é, obviamente, diversa e demanda uma abordagem que considere suas particularidades. O software para projeto de iluminação escolhido normalmente abrange esses dois eixos mencionados e permite a configuração segundo as demandas do ambiente.

Eles permitem realizar a análise espacial, desenvolver com mais clareza sistemas de iluminação e fazer escolhas mais adequadas no âmbito da iluminação artificial e/ou natural.

Os cálculos fotométricos e a renderização/simulação são os principais pontos tocados por esses programas

O funcionamento está baseado na importação da estrutura em formato de arquivo CAD. Em seguida, são inseridos os elementos de iluminação, os quais são associados aos arquivos de fotometria em padrões como o IES.

A fotometria é o conjunto de dados sobre a forma como uma luminária distribui sua luz no espaço. Assim, quando todos os elementos são configurados, a iluminação e a luminância produzidas pelas luminárias podem ser calculadas.

 

Uso das tecnologias BIM em projetos de iluminação

Sabe-se que integrar o conceito de BIM ou Modelagem da Informação da Construção aos projetos arquitetônicos tem sido uma prática cada vez mais comum considerando os benefícios e as vantagens dessa metodologia de trabalho.

O BIM agrega aos projetos não apenas informações consistentes e coordenadas, mas também reduz erros, custos e permite um desenvolvimento mais eficiente da obra.

Em projetos de lighting design, a metodologia BIM possibilita o desenvolvimento integrado por meio de um modelo único, em diferentes fases, já que um projeto em BIM inclui os dados estruturais, as instalações elétricas e os diferentes sistemas que o compõem.

Trabalhando com BIM é possível obter informação exata sobre a quantidade de luz natural que chega a um ambiente e medir a intensidade de cada luminária sugerida. Além disso, o profissional pode ter contato com o fluxo de trabalho realizado no modelo e acessar informações das outras áreas do projeto.

Um software para projeto de iluminação bem conhecido nesse segmento é o plug-in ElumTools para Autodesk® Revit®, utilizado para cálculo de iluminação.

 

Software para projetos de iluminação: três opções essenciais

Existem três softwares para projetos de iluminação mais usados no mercado. Abaixo, comentaremos cada um deles para que você possa avaliar com mais precisão qual é o melhor software de iluminação para sua necessidade:

AGi32

Esse conceituado software para projeto de iluminação está centrado na elaboração de cálculos que servem de base para a implementação de projetos luminotécnicos diversos.

Desenvolvido nos Estados Unidos, este software para arquiteto e/ou designer foi pioneiro dentre as opções de design de iluminação ponto a ponto a realizar simulações de interiores com salas de forma irregular e de tetos inclinados.

Suas versões mais recentes apresentam um bom render e uma interface amigável e rápida. 

O ponto forte desta ferramenta são os cálculos e uma fotometria precisa. Ele é capaz de calcular tanto a radiosidade em 3D (luz do dia) quanto a luz elétrica. Analisa e executa projetos luminotécnicos em geral.

Mesmo com o passar dos anos, o AGi32 tem sido um software para projetos de iluminação que acompanha as exigências tecnológicas do mercado.

Entre os seus recursos estão disponíveis diferentes padrões de fotometria, biblioteca e ferramentas configuráveis, importação de arquivos 2D ou 3D das versões do AutoCAD e mecanismo de ray tracing.

Arquitetos usuários do AGi32 destacam nele a interface intuitiva e a atratividade gráfica em relação aos concorrentes.

Este software para projeto de iluminação tem uma licença no valor de 89 dólares mensais, mas uma versão de testes está disponível.

DIAlux: Simulação Computacional de Projetos de Iluminação

O DIAlux é um dos programas mais utilizados atualmente e permite a simulação computacional nos projetos de iluminação. Sua primeira versão chegou ao mercado em 1994 e hoje já está disponível em 26 idiomas.

Esta ferramenta, utilizada por arquitetos e light designers em todo o mundo, tem parceria com 150 fábricas, incluindo brasileiras, que financiam o projeto. Além disso, este software para projeto de iluminação tem um acervo robusto de acessórios de fabricantes diferentes.

A LUMsearch é o buscador on-line integrado ao DIAlux que permite encontrar a lâmpada ou luminária correta entre o acervo das fábricas parceiras.

O DIAlux está disponível em duas versões: 

DIAlux Evo


O DIAlux Evo tem como grande diferencial a possibilidade de visualização de edifícios e seus ambientes de forma integrada em uma única unidade.

Além disso, o fato de ser completo e gratuito é certamente um fator que atrai muitos usuários.

Assim como o AGi32, o DIAlux Evo aceita diferentes padrões de fotometria. Baseado no Windows, é simples, intuitivo e trabalha com iluminação natural, artificial ou simultânea. Tem ainda renders fotorrealísticos para a exibição da distribuição de luminância.

Este excelente software para projetos de iluminação importa e exporta em formato .DWG e .DXF (CAD) e as renderizações podem ser geradas no padrão .JPEG.

Devido à sua importância e ampla utilização, cursos de especialização que ofertam disciplinas centradas no DIAlux têm sido os mais procurados. O Master em Iluminação & Práticas Projetuais em Arquitetura do IPOG oferece dois módulos DIAlux na sua grade curricular. 

A formação no uso adequado desse software para projeto de iluminação atende às expectativas do mercado nesse segmento.

Luminância no DIALux Evo 6.2 e no Relux Desktop 2017.1.1.0. Autoria da Imagem: Diana Fernandez-Prieto e Hans Hagen

Relux Suite

Principal concorrente do DIAlux, esse pacote de programas para projetos de iluminação também tem parcerias com dezenas de fábricas. 

Os softwares no pacote também analisam e simulam iluminação natural e artificial, essa última em ambientes internos e externos, iluminação de emergência e de vias e tem integração com o CAD por meio dos padrões .DWG e .DXF.

Além disso, o software para projeto de iluminação tem o mecanismo para cálculo ray tracing, que possibilita a simulação de transparência e especularidade, biblioteca e edição nos modos de visualização 2D e 3D. 

São vários produtos Relux disponíveis para arquitetos, como ReluxPro, ReluxDesktop, ReluxEnergy (para cálculo do consumo de energia do projeto), ReluxTunnel (para projetos em túneis) e o plug-in ReluxCAD, que integra diretamente com o AutoCAD.

O Relux é um software gratuito, porém alguns plug-ins e módulos custam dinheiro para ser ativados.

Comparação de temperaturas de cor por justaposição de imagens renderizadas por DIALux Evo 6.2 (superior) e ReluxDesktop 2017.1.1.0. (inferior). Temperaturas em Kelvin. Autoria da Imagem: Diana Fernandez-Prieto e Hans Hagen

Qual é o melhor software para cálculo luminotécnico e o que considerar para a escolha?

Das três opções que apresentamos, as funcionalidades centrais dos softwares para projetos de iluminação são similares. Essas três marcas são as principais ferramentas empregadas em projetos de iluminação arquitetônica atuais, assim, vale a pena ter conhecimento sobre as três e escolher uma para se especializar.

As versões de teste estão disponíveis nos sites oficiais para avaliação das vantagens e há diferentes licenças também.

A escolha do software depende não só da afinidade desenvolvida com a ferramenta, mas também das configurações do projeto, dos cálculos e dados que você deseja ter e das habilidades dos usuários. 

Afinal, as ferramentas são complementares, otimizam o processo, mas arquitetos e designers precisam saber como e porque utilizar os programas, além de interpretar os resultados das ferramentas de forma útil. 

Esses aplicativos serão inúteis se faltar base teórica consistente no profissional e objetivos claros quanto ao projeto de iluminação.

Dicas de outras ferramentas de projeto luminotécnico:

  • Radiance (software livre); 
  • Calculux;
  • LD Assistant;
  • Microlux;
  • Lighting Reality;
  • LightStar 4D;
  • LuxusWin.

Não deixe de observar a qualidade e as opções nas renderizações e os programas que oferecem mais versatilidade e integrações. 

Uma coisa é certa, é possível encontrar um software adequado para o seu processo de design de iluminação e investir na sua formação profissional por meio de cursos que somem nesse sentido.

Essa capacitação é necessária tanto para o diferencial curricular quanto para a qualidade técnica e estética do trabalho que você entrega ao cliente.

Vamos começar o processo de escolha? 

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Lorí Crízel: Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Católica/RS; Mestre em Conforto Ambiental pela UFRJ; Membro do Comitê Especial Europeu de Pós-Graduação tendo atuado em: Inglaterra, Escócia, País de Gales e França; HA e Concept Designer – País de Gales, Inglaterra e França; Professor, Coordenador de Cursos e do Programa de Viagens de Estudos Internacionais do IPOG; Sócio-Proprietário do Escritório Crízel & Uren Arquitetos Associados detentor do Selo CREA/PR de Excelência em Projeto Arquitetônico; Atividades de imersão nos escritórios de Norman Foster (Londres), Zaha Hadid (Londres), Christian de Portzamparc (Paris), BIG (Copenhague), Hassell Studio (Cingapura), AEDAS Architecture (Cingapura), Architects 61 (Cingapura), Design Link Architects (Cingapura), Tandem Architects (Bangkok), DBALP Jam Factory (Bangkok) e X Architects (Dubai); Atividades Institucionais junto ao POLI.Design do Instituto Politécnico de Milão (Itália), McGill University (Canadá) e Universidade do Porto (Portugal).