Novos modelos de trabalho: home office e as perspectivas de mercado para prestação de serviços

Não é segredo que os avanços tecnológicos das últimas décadas têm fomentado transformações importantes no mundo do trabalho. Tanto é assim que, na Reforma de 2017, o chamado teletrabalho recebeu regulação específica na CLT.

Recentemente, a pandemia de COVID-19 criou a necessidade de isolamento social, o que acarretou adoção ao home office por boa parte das empresas. Se no começo a implementação foi desafiadora para muitos líderes e funcionários, algum tempo depois esse modelo de trabalho passou a apresentar certas vantagens.

Para as empresas, o home office tem significado economia financeira, já que, com os colaboradores fora do escritório, as despesas com o local estão mais baixas.

Um levantamento de 2019 da Randstad apontou que sete entre dez brasileiros gostariam de trabalhar em casa. Na prática, significa menos gasto de tempo e dinheiro com deslocamento, por exemplo, além de poder aproveitar as comodidades do lar.

Contudo, a adaptação para o trabalho remoto não é fácil para todo mundo. Afinal, essa nova dinâmica afeta a vida familiar e pesa para quem já lida com múltiplas jornadas em casa.

Mas, então, há um futuro com o home office? Esse novo modelo de trabalho vai ser adotado no Brasil? Quais profissões ou áreas melhor funcionam nessa modalidade?

Pensando nessas questões, elaboramos este artigo com algumas reflexões sobre o tema. Boa leitura!

Trabalho remoto: crescimento do recrutamento à prestação de serviço

Um levantamento realizado já no contexto da pandemia mostra que há uma expectativa de crescimento de 30% na adesão ao home office no Brasil. No entanto, todo esse processo demandará preparação e habilidade gestora.

Engana-se quem pensa que a lógica do remoto vem sendo aplicada apenas na transição emergencial para o trabalho on-line. Tanto os recrutamentos quanto os processos de onboarding também já estão sendo realizados nas empresas de forma virtual.

O uso de tecnologia no departamento de recursos humanos não é novidade para muitas empresas, visto que há diversas soluções para as várias etapas da gestão de pessoas. No entanto, com a pandemia, chamadas de vídeo e envios de documentação por e-mail têm se tornado ainda mais comuns.

>> Leia também: Culture code: uma chave para alavancar resultados nas empresas

Para integrar recém-contratados (onboarding), palestras on-line, reuniões individuais, momentos de socialização virtual conjunta e outras ações são importantes para que os novos funcionários possam se adequar à cultura organizacional da empresa.

Embora contratar não seja a realidade para muitas organizações nesta crise, com a reabertura social e econômica essas tendências digitais podem continuar. 

A questão é que o isolamento intermitente ainda é uma possibilidade no horizonte. Além disso, as empresas costumam ter muito mais candidaturas para vagas remotas do que presenciais.

Desafios do home office

Como dissemos, o modelo de trabalho home office impõe desafios a todos. Empresas que já estavam mais avançadas na transformação digital, com gestão mais inteligente de processos e experiência com a modalidade a distância, responderam melhor e mais rapidamente à mudança.

Contudo, muitos empresários ainda olham com desconfiança para o trabalho remoto e acreditam que ele impacta negativamente a produtividade. Isso não é bem uma verdade: para determinados perfis de profissionais, em condições adequadas em casa, longe dos ruídos e das agitações do escritório, a produtividade pode subir.

Por outro lado, com o desgaste e tensão da quarentena, os funcionários enfrentam desafios únicos.

Às vezes, além do trabalho, o colaborador precisa lidar com filhos e atividades domésticas. Há também aqueles que enfrentam o isolamento sozinhos, que sofrem de ansiedade e/ou não conseguem respeitar as pausas de descanso ou se organizar.

Então, quando se fala que as empresas precisam se preparar para o home office, não é apenas uma questão tecnológica. A gestão contemporânea se caracteriza por ser mais humana e comunicativa, e o bem-estar do trabalhador é um fator que impacta a geração de resultados. Por isso, medidas de suporte são cruciais.

O sucesso da implementação do home office depende também de clareza quanto às metas e ao quanto de compreensão a empresa oferta para momentos atípicos e desafiadores como este, além do treinamento de equipes.


Melhores profissões e áreas para o trabalho remoto

Em maio, a XP Investimentos, uma das maiores corretoras de valores brasileiras, anunciou que manterá seus colaboradores em home office até o fim do ano e estuda adotar o modelo de forma permanente. 

A decisão foi tomada com base em análise de dados internos e pesquisa de satisfação com funcionários e clientes. Para eles, o modelo se mostrou eficaz quanto aos objetivos de negócio. A mudança também puxará outras inovações.

Assim como a XP, muitas outras empresas brasileiras, de diferentes portes, devem descobrir as vantagens do home office durante a pandemia e continuar com o modelo a longo prazo.

Confira algumas áreas ideais para trabalho home office:

Cada uma dessas áreas pode funcionar apenas com o acesso a um computador e à internet. Há centenas de ferramentas que facilitam a comunicação e a conexão com clientes, como as redes sociais, e a gestão de projetos e de pessoas mais inteligente, como automação.

Gestão estratégica, versatilidade e maturidade digital certamente podem gerar resultados e mesmo redução de custos, mas isso só é possível com a qualificação do componente humano. O sucesso profissional, dos gestores aos funcionários, vem com aprimoramento do conhecimento.

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Simone Jaime: Consultoria de RH, Headhunter, Palestrante, Coach, Treinamento e Desenvolvimento, Orientação Vocacional, Psicologia Positiva, Recrutamento e Seleção, Estruturação de RH, Assessoria de Carreira, Recolocação, Gestão de Pessoas. Professora da Pós-Graduação em Avaliação Psicológica e do MBA Gestão de Pessoas por Competências do IPOG BRASIL.