A cultura está para uma empresa, assim como os hábitos estão para o corpo, se desdobrando em nossas ações e se repetindo em uma base diária. No entanto, sempre chega um momento em que é necessário mudar para obter vantagens que as práticas anteriores não permitiam.
Na gestão de negócios, esse momento chegou, foi puxado pelas startups e fintechs e se caracteriza pela adoção da chamada cultura ágil. Se em um primeiro momento essa mudança de paradigma cultural foi questionada, hoje, com os evidentes resultados positivos dessas empresas, a visão é outra.
O fato é que o mercado organicamente passa por constantes mudanças que demandam das empresas de todos os setores respostas mais ágeis, assertivas e dinâmicas.
Pensando nesses novos desafios, elaboramos este artigo para entender melhor o que é a cultura ágil, seus objetivos e como ela auxilia os negócios a inovar, a crescer e a entregar valor diante de um cenário cada vez mais competitivo.
Boa leitura!
O que é a cultura ágil?
A cultura ágil é um conjunto de princípios, paradigmas e metodologias que tem como objetivo se moldar ao ambiente de negócios do século 21, alterando a maneira como gerenciamos e investimos tempo e recursos em processos, projetos, produtos e serviços.
Na prática, orienta-se por ciclos interativos gerando adaptabilidade e flexibilidade por meio de times multidisciplinares, com capacidade de se auto-organizar e ter mais autonomia.
No ambiente 4.0, a gestão empresarial lida com um consumidor mais exigente e com os produtos e serviços mais complexos. Assim, para responder de forma eficiente e inteligente, é preciso de muita colaboração e perfis profissionais diversos e flexíveis para acelerar os processos de negócio.
A origem da cultura ágil: o manifesto ágil
A cultura ágil foi criada em 2001, por meio de um manifesto, elaborado por um grupo de líderes de desenvolvimento de software que buscavam uma solução para o problema de nunca ser possível equilibrar tempo, orçamento e atender a todos os requisitos de um projeto.
Anteriormente, a maioria das equipes de desenvolvimento seguia o “modelo cascata”. Nessa abordagem, uma empresa dá à sua equipe de desenvolvimento uma quantidade enorme de requisitos e espera que tudo seja atendido dentro do prazo e do orçamento alocado. O tempo, o escopo e o orçamento são todos fixos.
Para a agile culture, um desses elementos precisa ser flexível. Normalmente, o elemento flexível é o escopo. Assim, o product owner, um representante da área de negócios, trabalha com a equipe de desenvolvimento para entender quanto do escopo pode, realisticamente, ser entregue com orçamento e prazo fixos.
Por fim, diante das restrições de tempo e de prazo e de quanto dos requisitos podem ser entregues nessas condições, o product owner precisa escolher os requisitos mais importantes e priorizá-los para que o resultado seja entregue e contenha as características mais relevantes.
Na prática, os métodos guiados pela cultura ágil fomentam a colaboração multidisciplinar e possibilitam que o produto seja adaptado com maior rapidez e assertividade às necessidades dos clientes e do mercado.
Quais são os métodos ágeis?
Há diversos tipos de metodologias ágeis, porém algumas das principais são:
- Scrum
- Lean
- Kanban
- Smart
Para entender melhor, vejamos alguns insights sobre os quatro métodos do Manifesto.
>> Veja também: Logística comercial e gestão de negócios: a importância da operação omnichannel
Scrum
Um dos métodos mais conhecidos e utilizados, ele se baseia na organização de projetos por meio da segmentação em ciclos curtos de, no máximo, quatro semanas, chamados sprints.
Cada um desses sprints contém um planejamento e uma configuração de execução. Diariamente, são realizados pequenos alinhamentos (daily scrum) e, ao final do ciclo, acontece o sprint review para apresentar, avaliar, ajustar e validar as atividades realizadas.
Lean
É um método que tem sido traduzido como “enxuto” e está bem presente no universo das startups.
Como fica sugerido no próprio termo, o foco desse método ágil é enxugar desperdícios nas áreas de uma empresa (logística, comercial e etc.) ou durante a execução de um projeto.
Nessa abordagem, o foco é trabalhar somente com os recursos mais essenciais, reduzindo custos, otimizando as tarefas, compartilhando informações e qualificando as entregas.
Kanban
Metodologia ágil e simples e que tem sido adotada especialmente por meio de ferramentas tecnológicas.
Trata-se de um quadro dedicado a um propósito e organizado da seguinte maneira:
- To do: contendo todas as tarefas a ser feitas
- Doing: agrupa as tarefas que estão em andamento
- Done: contém as tarefas concluídas
SMART
Já a metodologia SMART auxilia no estabelecimento e no cumprimento de metas. Esse método prioriza pela estruturação de objetivos e metas eficientes a fim de que as atividades não sejam desenvolvidas sem um propósito útil.
SMART é um acrônimo para Specific, Measurable, Attainable, Relevant e Time-Related. Esses princípios indicam basicamente que deve haver uma meta clara e específica, avaliada com métricas, realista, relevante para o negócio e com um prazo definido.
Essa metodologia pode ser aplicada em qualquer tipo de meta ou objetivo, em curto ou longo prazo e em qualquer área de atuação.
Quais os benefícios da cultura ágil?
Adaptabilidade é princípio importante dentro do método ágil. No contexto da pandemia, esse fator foi e continuará sendo crucial.
As metodologias ágeis podem transformar a empresa em uma organização capaz de responder melhor a tempos de crise; possibilita, inclusive, se antecipar a tendências e mudanças de cenários, sejam elas positivas ou negativas.
Adotar esse paradigma vai muito além de gerar diferencial competitivo e inovação. Cultura ágil gera redução de custos, melhora a entrega para o cliente e ampara a gestão estratégica.
Mais do isso, ela auxilia a performance das equipes, aproxima os colaboradores com o negócio e possibilita um ciclo de melhoria contínua.
Contudo, é importante ressaltar que para integrar um negócio a esse paradigma cultural não basta apenas adotar métodos e ferramentas ágeis. Assim como a maturidade digital não se atinge com a simples adoção tecnologia, a cultura organizacional ágil precisa de revisão macro de toda a empresa.
É preciso rever as lideranças, a gestão de pessoas, os comportamentos, as crenças e as competências individuais, os processos e realinhar tudo para criar um fluxo ágil e um ecossistema de inovação que oriente toda a organização.
Pesquisas recentes revelam que a demanda para profissionais da cultura ágil está crescendo no Brasil – e a tendência é continuar no pós-pandemia, já que as empresas devem investir para voltar a crescer. Por isso, é importante investir em pós e MBAs, além de buscar a experiência prática.
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