Metodologia do ensino superior: o que vem depois da pandemia?
As metodologias do ensino superior sempre foram campo de debate, e, no contexto da pandemia do coronavírus, essa discussão ganha mais uma nuance, já que o mundo após a crise da saúde será diferente em muitos níveis.
Embora alguns países já tenham retomado parte de suas atividades diárias, na prática ainda é muito difícil fazer projeções, seja no âmbito da economia, da saúde ou da educação.
No entanto, na certeza de que essa fase terá uma conclusão, o que ficará de tendência para a metodologia do ensino superior quando chegar o momento de retomar as atividades nos cursos de graduação e Pós-graduação?
Metodologia do ensino superior: como é feita
A metodologia do ensino superior se refere ao conjunto de técnicas, métodos e recursos utilizado pelos docentes para viabilizar o processo de aprendizagem em cursos de graduação e pós-graduação.
Todos os meios e as estratégias de ensino que os professores utilizam para apresentar conteúdos e avaliar estudantes integram esse conjunto.
Diferentes linhas pedagógicas engendram metodologias distintas ou mescladas. Na prática, uma linha mais tradicional, pouco progressista e ultracentrada no professor ainda tem espaço em instituições de ensino nacionais por ter fácil aplicação.
No entanto, com os avanços da tecnologia para a educação e as constantes pesquisas na área de didática e na formação de professores, a expectativa é de que metodologias ativas ganhem maior espaço nas salas de aula nacionais, trazendo o foco para o aluno.
No cenário atual, as metodologias do ensino superior encaram o desafio da política de distanciamento social. Assim, em instituições nas quais houve adoção de medidas para driblar a crise, aulas remotas e aulas de EAD, com seus recursos digitais, dão o tom do que está por vir.
No entanto, isso não é tudo. As metodologias caminham para uma personalização e para uma conexão com a sociedade e seus complexos desafios. Não cabe mais conteúdo descontextualizado, pouco dinâmico e sem o desenvolvimento de habilidades sociocognitivas mais amplas.
Confira
Top 3 metodologias ativas para o ensino superior | Como funciona? |
Problem-Based Learning (PBL) | Na aprendizagem baseada em problema, os alunos buscam identificar causas do cenário apresentado e reunir informações e hipóteses para criar estratégias de solução para um problema teórico. |
Project-Based Learning (PBL) | Na aprendizagem baseada em projeto, o objetivo é analisar um cenário proposto e, colaborativamente, entregar um produto final, o resultado do projeto. |
Team-Based Learning (TBL) | Na aprendizagem baseada em times, o objetivo é a construção de conhecimento dentro do contexto de grupo, no qual cada parte tem responsabilidades e precisa compartilhar ideias. |
As metodologias ativas podem ser combinadas. São todas pautadas em colaboração, e os professores atuam como mediadores. |
O EAD como uma tendência
Esta modalidade de ensino já estava em crescimento no Brasil antes da pandemia. O último censo da Associação Brasileira de Ensino a Distância – Abed (2018-2019) registrou 1,5 milhão de estudantes distribuídos em cursos superiores de estudo a distância.
Há constante investimento para modernizar esse segmento, especialmente por parte das instituições privadas. Além disso, a flexibilidade de estudar na hora e no local mais convenientes e a autonomia na aprendizagem são atrativos.
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Não surpreende que as unidades de ensino que melhor fizeram a transição nesse momento são aquelas que já tinham experiência com EAD e com o uso eficaz de tecnologias educacionais.
Essas instituições normalmente adotam metodologias do ensino superior mais ativas, portanto mais engajadoras e com experiências de aprendizagem mais significativas em cenários diversos.
Ao que tudo indica, o retorno ao modelo presencial não poderá ser efetivado integralmente durante um certo tempo. Assim, há expectativa de que soluções de ensino a distância sejam organizadas e gradativamente implementadas.
Já o sistema de aulas remotas, uma transferência do ensino presencial, pode ser desestimulante em longo prazo se não houver exploração dos recursos para além da sala de aula e maior implicação do estudante no processo de construção do conhecimento.
E não são apenas as instituições nacionais que têm ampliado a oferta de cursos na modalidade a distância. Harvard, Yale e muitas outras universidades estrangeiras também estão com um amplo catálogo de formações on-line, com certificado mediante pagamento.
É possível se aprofundar em business, marketing, literatura, idiomas e muito mais sem sair casa.
A pós-graduação como investimento seguro
Atentas aos movimentos da metodologia do ensino superior, a expectativa é que mais pessoas vejam a pós-graduação como um investimento seguro diante das incertezas trazidas com a COVID-19.
O último levantamento sobre os cursos de especialização no Brasil, realizado pelo Instituto Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior), revelou um aumento de 74% no número de estudantes desde 2016.
A maior parte dos estudantes está na rede privada (88%). Além disso, de 2016 a 2018, a modalidade ensino a distância registrou um crescimento de 125% na quantidade de alunos. Com a quarentena e a oferta ampla de EAD, esse número deve crescer.
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É na pós-graduação que a criação cultural, o desenvolvimento do pensamento crítico e o aperfeiçoamento profissional contínuo precisam ser ampliados. E isso só é possível com metodologias de ensino que empoderem ao máximo o aluno.
Além disso, diante do cenário de crise econômica e de empregabilidade, MBAs e especializações são cursos que proporcionam formação robusta voltada também para o mercado de trabalho. Quem deseja alavancar a carreira ou mesmo fazer uma transição só tem a ganhar buscando capacitação.
No entanto, antes de tomar decisões, vale pesquisar sobre as metodologias para o ensino superior nas instituições. Afinal, o desempenho e os resultados da formação são impactados por esse fator.
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