Se antes as empresas já tinham a obrigação de construir um ambiente de trabalho saudável, neste momento, criado pela pandemia do coronavírus, essa missão se tornou ainda mais importante e necessária.
Além dos efeitos econômicos, a gestão empresarial precisa considerar também o impacto na saúde mental dos colaboradores. O isolamento social, em família ou sozinho, somado à nova rotina de trabalho e à incerteza sobre o emprego tem sido a causa de ataques de ansiedade, depressão e até Síndrome de Burnout.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, o Brasil já tinha 18 milhões de pessoas sofrendo de ansiedade, que também já era uma das principais causas de afastamento do trabalho.
Além dos desafios já conhecidos sobre saúde mental, o contexto de novos modelos de trabalho também deu origem a fenômenos próprios, como a zoom fatigue, cansaço por excesso de videoconferências, e o descontrole com a jornada de trabalho.
Diante do desafio para a gestão de pessoas em tempos de home office, elaboramos este artigo com algumas dicas para manter a saúde dos colaboradores. Boa leitura!
A importância da saúde mental no ambiente de trabalho
Independentemente do segmento e modelo de negócio, o RH é o eixo que precisa conduzir as ações para fomentar a saúde mental no ambiente de trabalho.
É sabido que o bem-estar físico e mental, bem como a satisfação dos colaboradores, tem muita relação com os resultados financeiros de uma companhia, além do clima organizacional e ambiente saudáveis, já que o bom funcionamento de todos esses aspectos contribui para uma melhor qualidade de vida e desempenho dos times.
Por essa razão, os gestores têm reconhecido, cada vez mais, a importância e as vantagens de ações que fomentem a estabilidade mental e programas de qualidade de vida. É uma abordagem contemporânea na gestão de pessoas, ideal para os desafios do nosso tempo.
Um profissional que se sente bem tem mais motivação, melhor produtividade e se engaja para crescer com a empresa, comprometendo-se mais com seus resultados e processos.
Cultura organizacional e qualidade de vida no trabalho: equilíbrio para melhores resultados
A cultura organizacional é como a personalidade de uma empresa. Orienta-se por um conjunto de códigos, costumes e valores que configuram a atmosfera psicológica da empresa.
Há muitos malefícios se esse elemento não se orienta para o bem-estar dos colaboradores, se há falta de comunicação, alinhamento e se a percepção é a de que os funcionários são apenas mais um elemento em função dos lucros.
Dessa forma, uma cultura que serve de base para um clima positivo e equilibrado alcança melhores condições para o trabalho em equipe e até melhor atendimento aos clientes.
Já a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é uma área dos recursos humanos e, em última instância, da gestão de negócios, que compreende uma série de fatores. Vejamos:
- as oportunidades e condições ofertadas aos funcionários para se desenvolver profissionalmente;
- condições adequadas de segurança e promoção da saúde;
- remuneração e benefícios de incentivo compatíveis com o trabalho realizado, entre outros fatores
A gestão da qualidade vida no trabalho busca conciliar a produtividade das equipes com os resultados de excelência da empresa, por meio da satisfação pessoal e profissional no espaço de trabalho.
Como consequências positivas, há a retenção de talentos, o estabelecimento de uma cultura organizacional que gera engajamento, melhor produtividade etc.
Dicas práticas para amparar a saúde mental dos colaboradores
Para monitorar e cuidar da saúde mental dos colaboradores, uma das soluções mais eficazes é a estruturação de um Programa de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), projetado numa aliança entre o RH e profissionais especializados em Psicologia Organizacional.
No entanto, ações mais imediatas podem ser implementadas, gerando impacto positivo no contexto do trabalho remoto.
Um ponto inicial é a necessidade de estabelecer um canal de comunicação eficaz entre os colaboradores e a gestão a fim de otimizar o diálogo com os profissionais. Escutar é muito importante para entender os desafios e orientar-se com a relação à tomada de decisões.
Muitas empresas têm contratado psicólogos para conduzir atividades regulares em grupo, palestras sobre saúde mental e mesmo amparo psicológico individual.
Atividades de convivência, como coffee breaks virtuais, happy hours on-line etc., são uma oportunidade de fornecer integração e compartilhamento de experiências entre os times.
>> Veja também: Gestão de Pessoas em tempo de crise: 8 dicas para passar por essa fase
Na comunicação da empresa deve estar sempre claro o incentivo à manutenção do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, respeitando a necessidade das pausas, da alimentação e de não ampliar a carga horária de trabalho. A gestão deve inclusive considerar horários mais flexíveis para acomodar a rotina domiciliar.
Os líderes também devem ser apoiados, mas é importante que demonstrem empatia, disponibilidade e, sobretudo, evitem o microgerenciamento.
O RH 4.0 é pautado pela gestão de indicadores e ferramentas inteligentes; assim, é importante prestar atenção em alguns números como turnover, índice de satisfação, número de conflitos e outros para avaliar o clima organizacional.
Algumas organizações também criaram soluções para incentivar práticas saudáveis, como a ginástica laboral e a meditação on-line, por exemplo
Home office é uma novidade para muita gente; em muitos casos, não houve tempo para uma transição adequada. Assim, investir em treinamentos, seja para a própria função ou para a organização da rotina diária e das finanças pessoais, ajuda a criar mais confiança, reduz o estresse e otimiza a produtividade pessoal.
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