Turnaround e reestruturação financeira: saiba como fazer
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Reestruturação Financeira e Turnaround: como fazer em empresas

Reestruturação Financeira e Turnaround: como fazer em empresas

Muitos negócios enfrentam, cedo ou tarde, algum período de turbulência que acaba sendo um divisor de águas na trajetória da companhia. Nesse contexto, muitas soluções e medidas podem ser adotadas, e uma delas é o processo de turnaround.

Comum em momentos de grande crise financeira, esse procedimento se apresenta muitas vezes como a luz no fim do túnel.

Atualmente, a pandemia de coronavírus é a causa da crise em milhares de negócios no mundo. O fato é que a crise sanitária adensou ainda mais a já alta taxa de mortalidade de empresas no Brasil, especialmente dos pequenos negócios

Embora o legado da COVID-19 seja bastante desafiador para a gestão empresarial como um todo, já que foi preciso se reinventar, desenvolver novas formas de vender, lidar com novos modelos de trabalho etc., houve também quem conseguisse identificar oportunidades que até então não tinham sido consideradas.

No entanto, é importante frisar que não são todas as empresas que podem utilizar esse processo. Por mexer profundamente nas estruturas do negócio, é indicado somente para ambientes que estão passando por crises severas e que tenham o mínimo de estruturação.

Pensando em como o turnaround pode ser uma chave importante para algumas empresas nesse cenário, elaboramos este artigo com alguns insights sobre o tema e como se valer dessa solução para voltar a crescer.

Boa leitura!

Reestruturação Financeira e Turnaround: como fazer em empresas

O que é turnaround?

Turnaround é um termo em inglês que, na gestão de negócios, se refere a um processo de recuperação do valor e da performance empresarial diante de um cenário de declínio e mau desempenho.

O turnaround tem a ver com uma reestruturação de ponta a ponta em uma empresa, a fim de que ela possa reagir e responder à sua realidade. Esse processo pode incidir sobre finanças, cultura, operações, logística e, no contexto atual, no teletrabalho, com o objetivo de mudar práticas vigentes e fazer o negócio crescer novamente.

Quando uma empresa precisa do processo de turnaround?

Em geral, a avaliação de condições internas e externas determina a necessidade de utilizar esta metodologia administrativa, pois a partir disso as falhas ficam evidentes.

Normalmente, os fatores podem ser os seguintes:

Fatores internos:

Fatores externos

Neste lado, estão os elementos que independem da empresa:

  • crises econômicas
  • ações governamentais
  • desastres naturais
  • perda de credibilidade e danos à marca
  • crises sanitárias
  • concorrência de outras empresas ou um negócio de grande porte

Nesse processo, podem ocorrer também fusões, mudanças no modelo de negócios, virada de estratégia ou de foco.

Raramente turnarounds acontecem de forma isolada. A combinação de vários fatores costuma ser o catalisador dessa medida. 

Na prática, é preciso realocar os esforços em sanar os problemas nos processos, gastos, administração e outros elementos que criaram a situação de declínio. Nesse sentido, é necessário um diagnóstico rápido da área financeira e também dos pontos estratégicos do negócio. 

Outro exemplo são ações enérgicas, como enxugar os processos, gerar caixa rapidamente e fazer uma gestão tributária mais eficiente, são caminhos.

Normalmente, consultorias especializadas, com gerentes de turnaround, são contratadas para auxiliar empresas a estabilizar as operações, implementar uma reestruturação financeira e operacional de longo prazo capaz de reparar a credibilidade junto aos stakeholders e potencializar a geração de valor.

No entanto, não há um impedimento para que as próprias lideranças da empresa, se capacitadas, possam conduzir o processo.

Como aplicar o turnaround na empresa?

Aplicar o turnaround empresarial é um processo complexo, envolve atuar em múltiplas frentes para responder de forma rápida e assertiva. Afinal, dar a volta por cima, num cenário de declínio, é sempre complicado.

Assim, quando falamos em turnaround, nos referimos a: estabilização da crise em curto prazo, liderança, apoio das partes interessadas, foco estratégico, mudança organizacional, melhorias de processos críticos, reestruturação financeira e lições que devem ser aprendidas.

Confira, a seguir, 5 dicas para que você entenda como esse procedimento funciona e possa aplicar na sua realidade.

1. Faça um diagnóstico da sua situação

Tente mapear as fragilidades e suas causas subjacentes. Questione-se sobre o caminho que a empresa está seguindo, se a gestão das finanças corporativas segue o que é mais adequado ao seu perfil de negócio. Como anda a fidelização dos seus clientes? Observe o que a concorrência tem feito.

Portanto, realize o levantamento da situação de caixa, bancos e endividamento. Averigue a qualidade dessas dívidas, assim como suas origens. Uma dica é fazer um ranking decrescente dos juros, colocando de forma escalonada.

2. Faça plano de negócios direcionado ao caixa

O segundo passo é administrar a empresa pelo caixa, fazendo um plano de negócios para entender profundamente o marco do negócio e entender a empresa como um todo. A partir daí, é necessário eleger prioridades de pagamento. É importante salientar que o foco neste momento é manter a empresa viva.

3. Redução de ativos

Após realizar o diagnóstico e um plano de negócios para o caixa, é o momento de pensar na redução de ativos. Isso pode ser feito a partir de um mapeamento do estoque, assim que os produtos/serviços que não giram, deve ser reduzidos. Além disso, dar atenção especial a carteira de recebíveis difíceis.

4. Financiamento de curto prazo

Aqui, é importante fazer uma análise junto a fornecedores da possibilidade de financiamentos curtos. Pesquisar as melhores propostas, entender a entrada e saída de dinheiro e optar pelo que melhor se encaixa no seu planejamento. Essa medida visa dar um respiro à empresa, realizado um financiamento curto para se manter naquele momento e aumentar o fluxo no médio e longo prazo.

5. Primeira redução de custos

Essa é a primeira etapa mais prática do turnaround. É nesse ponto que o gestor precisa tomar algumas atitudes na parte financeira para manter a empresa, algumas delas são: enxugar gastos desnecessários, interromper departamentos deficitários, dispensar colaboradores com baixo desempenho, reduzir estruturas de aluguéis e terceirizar setores ou reverter terceirizações.

Renovar e recuperar uma empresa envolve criar um ambiente de comunicação claro e honesto, e às vezes envolve também enxugar times e até mesmo preparar o negócio para uma eventual venda. 

Dessa forma, a participação de todos nesse processo pode fomentar uma cultura de transparência e de propósito essencial para o xeque-mate nas crises.

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Sobre Camilo Cotrim

Mestre em Contabilidade pela FUCAPE Business School. Pós-graduado em Estratégia; Pós-graduação em Docência do Ensino Superior. Especializou-se em Finanças/Sebrae, em Franchising/ Franchising University/SP e Lead Assessor – MCG/Batalas. APG Sênior Amana-Key. Especialização, MBA em Gestão Organizacional Franklin Covey/IPOG; formado em administração pela PUC/GO. Formação de Conselheiro pelo IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Iniciou sua carreira no Sistema Sebrae em 1991 permanecendo por 11 anos, onde exerceu cargos de consultor, instrutor de treinamentos e gerente de projeto. De 2001 a 2007 atuou no segmento da educação superior onde exerceu cargo de Diretor Administrativo Universidade Salgado de Oliveira – (Universo), assumindo também as funções de Professor na graduação, pós-graduação, coordenador de pós-graduação, coordenador de Estágios e professor da graduação até 2015. Em 2007 assumiu a função de diretor no Hospital São Francisco de Assis, prestando também assessoria e consultoria a entidades de classe hospitalares em Goiás. Empreendeu como sócio em indústria de pequeno porte, empresa de consultoria (Dókimos), (Ressonância Magnética); Foi sócio da Dr. Atende JÁ!. Atualmente exerce a função de Conselheiro e realiza mentoria a executivos para preparação para sucessão familiar. Coordena o curso MBA em Gestão de Negócios, Controladoria e Finanças Corporativas. É professor de pós-graduação no IPOG. Sócio da ELLEVTI Inteligência em Negócios; Sócio da Prospera.